Judocas novatos em Mundiais vivem expectativa pela estreia em Astana
Danilo segura o quimono de Harlley pelas costas e pela manga direita e faz cara de esforço. Ao fundo, vê-se outros atletas de quimono treinando e um banner vermelho desfocado. Fotos: Renan Cacioli/ CBDV.

Judocas novatos em Mundiais vivem expectativa pela estreia em Astana

por Comunicação CBDV publicado 2025/05/10 07:29:08 GMT-3, Última modificação 2025-05-10T07:29:08-03:00
Dos 20 atletas da Seleção Brasileira convocados, cinco nunca estiveram nesta competição antes

10/05/2025
Astana/KAZ


Para cinco dos 20 judocas convocados para defender o Brasil no Campeonato Mundial de Astana 2025, que será disputado entre os dias 13 e 15 de maio, tudo é novidade. Estreantes na segunda maior competição da modalidade, atrás apenas da Paralimpíada, eles lidam com a ansiedade que precede o início do torneio e a expectativa de tentarem assegurar uma medalha logo na primeira participação. Ao longo da aclimatação em Astana, no Cazaquistão, os dias são de aprendizado com os mais experientes.


"Inspiração, dentro do esporte, é difícil. Acompanho várias modalidades, tenho várias inspirações, mas posso dizer que me inspiro muito na nossa Seleção. Não é a toa que ela teve o resultado que teve lá em Paris, são pessoas muito dedicadas e que merecem. Então, posso dizer que sou um grande fã de todos ali", admite o rondoniense Danilo Silva, de apenas 18 anos, cuja deficiência visual é resultado de um retinoblastoma (um tumor intraocular comum na infância).


Praticante de judô desde os 7, ele já é famoso pelas conquistas com a Seleção de base, dentre elas, uma Gymnasiade (um dos maiores eventos mundiais para atletas em idade escolar), um Parapan de Jovens (2023) e cinco Paralimpíadas Escolares. "Minha expectativa é a melhor possível, é um sonho realizado. Estou muito feliz e treinei muito para isso. É meio que uma recompensa, uma gratificação ter sido convocado neste momento. Quero uma medalha e, se possível, a de ouro", garante o lutador da categoria até 81 kg para atletas J1 (cegos totais).


Bem mais experiente que o colega, mas também novato em Mundiais, o paulista Felipe Amorim, de 41 anos, lutava no judô olímpico até o ano passado. Atual campeão brasileiro na categoria dos pesados (acima de 95 kg) para atletas J2 (baixa visão), ele chegou à capital do Cazaquistão cheio de confiança: "Expectativa é de ser campeão. Toda vez que entro em um campeonato é para ganhar, não é nem para ficar em segundo lugar. É a primeira vez que vou competir internacionalmente no paralímpico e já vou com este objetivo", explica o judoca, que só foi receber o diagnóstico de retinose pigmentar aos 30 anos de idade. "Quando eu tinha 7 anos, a médica não soube dizer exatamente o que eu tinha na vista. Era uma criança com muita energia, mas não conseguia jogar futebol, vôlei, porque não tinha visão periférica. Aos 18, eu vivia caindo de moto e não sabia o porquê."

 

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Felipe treina com Arthur Silva, já em solo cazaque. Estreante em Mundiais quer a medalha dourada.


Além deles, também vão estrear neste Mundial a carioca Millena Freitas, de 24 anos, o potiguar Deyverson de Souza, de 31, e a paraense Giovana Rodrigues, de 19. "Comecei no judô em setembro de 2022. Dois meses depois, me vi nas Paralimpíadas Escolares, onde conquistei dois ouros na categoria até 52 kg", conta Giovana, que compete na J2. "A expectativa é de experiência, porém, meu sensei sempre nos ensinou o código samurai e sobre o amor de Jesus. Por isso, me atrevo a dizer que meu lugar é no ponto mais alto do pódio", aposta a atleta, que nasceu com Stargardt (doença hereditária que atinge a área central da retina).

 

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Giovana e Millena vestem quimonos azuis e estão ajeitando a pegada. Ambas têm cabelos escuros, e Millena, à direita, tem um círculo vermelho no ombro do quimono, símbolo que identifica os atletas cegos totais.

 

Sobre o Mundial


O Campeonato Mundial de Astana vale importantes pontos no ranking mundial – é o torneio que distribui a maior pontuação dentre os sancionados pela Federação Internacional –, principal critério de seleção para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028. O país estará representado por 20 atletas, sendo dez homens e dez mulheres. Confira AQUI a lista de convocados.


Em sua última participação, em Baku 2022, no Azerbaijão, o Brasil obteve seu melhor resultado de todos os tempos com dez medalhas (duas de ouro, duas de prata e seis de bronze). O palco das lutas será o Palácio Zhaksylyk Ushkempirov, local que costuma receber diversos eventos de artes marciais no país. As lutas do bloco classificatório, nos dias 13 e 14, começarão à 2h da madrugada no horário brasileiro. Já o bloco das finais se inicia às 7h30 no dia 13 e às 7h no dia 14. No dia 15, quando é realizada a disputa por equipes, a competição começa às 2h. Todas as lutas terão transmissão ao vivo pelo YouTube da IBSA.

 

 

Patrocínio

A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do futebol de cegos, goalball e judô paralímpico brasileiros.


Comunicação CBDV
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Brenda Mendes
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