
Brasil vai disputar Copa do Mundo de Futebol de Cegas pela 1ª vez
17/07/2025
São Paulo/SP
O Brasil terá uma Seleção de futebol de cegas para disputar, pela primeira vez, a Copa do Mundo feminina, cuja segunda edição será realizada em Kochi, na Índia, em outubro. A participação inédita da equipe é resultado direto de projeto implementado pela CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) neste ano para desenvolver a modalidade. Como as inscrições para a competição seguem abertas, ainda não há número de times nem tabela definidos pela organização do evento, que fica a cargo da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos).
"O desenvolvimento do futebol de cegas é um compromisso que assumimos com responsabilidade e entusiasmo, pois representa mais do que um avanço esportivo: é uma conquista social. Ver o Brasil garantir sua primeira participação na história da Copa do Mundo feminina, que será realizada na Índia em outubro, é a prova de que investir com planejamento dá resultados concretos, e abre caminhos para que mais mulheres com deficiência visual ocupem o espaço que é delas no esporte", diz o presidente da Confederação, Helder Maciel Araújo.
Na primeira edição do Mundial, realizada em 2023, em Birmingham, na Inglaterra, a Argentina se sagrou campeã. Àquela ocasião, a CBDV já havia realizado o 1º Festival de Futebol de Cegas, um ano antes, para iniciar a captação de atletas Brasil afora. Agora, em 2025, foram criados Campings de Treinamento. O segundo encontro, que vem acontecendo esta semana no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, reúne 16 atletas, sendo três goleiras e 13 jogadoras de linha.
O técnico David Xavier é quem tem a missão de formar o grupo com dez nomes que viajará até a Índia daqui a menos de três meses: "Para mim, está sendo um privilégio trabalhar com essas meninas. Eu amo o futebol de cegos e, agora, o futebol de cegas. A gente sabe que é uma equipe jovem, mas a expectativa é muito grande. Espero que a gente possa colocar em prática o que as meninas vêm treinando", falou o treinador, que tem no time mulheres de 17 a 39 anos.

Entre as jogadoras, a expectativa pela estreia na Copa do Mundo já é grande. "É a realização de um sonho, que eu tive lá na adolescência, de jogar futebol", conta a goiana Eliane Gonçalves, de 39 anos, a mais experiente do time. "Eu procuro nem pensar muito nisso [a ida para a Copa] agora, porque é inacreditável o que está acontecendo. Ainda não sei se serei uma delas, mas estou treinando para isso", diz ela, que tem retinose pigmentar e perdeu a visão completamente há cerca de dois anos.
Polivalente, a ala Sarah Santana, de 22 anos, já tem na família um craque da modalidade: o irmão Samir é atleta da Seleção Brasileira de futebol de cegos, e um dos maiores incentivadores da irmã na nova empreitada. "O meu irmão é a pessoa que me deu forças para não desistir, porque antes o futebol não era uma coisa certa", explica a jogadora, que também disputa competições no atletismo e no goalball. "Eu nunca imaginei que estaria aqui numa Seleção de futebol e muito menos que tenho uma possibilidade de estar numa Copa do Mundo. É gratificante e dá um pouco de ansiedade", confessa a atleta paulista, que nasceu com glaucoma congênito e recentemente perdeu totalmente a visão do olho esquerdo.
Patrocínio
A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do futebol de cegos, goalball e judô paralímpico brasileiros.
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