Brasil vai disputar Copa do Mundo de Futebol de Cegas pela 1ª vez
Foto de um grupo de mulheres em um campo de futebol coberto. Elas estão posando organizadas em duas fileiras: a fileira de trás está em pé e a da frente está ajoelhada. A maioria das mulheres veste uniforme esportivo com colete amarelo, com o logo da Loterias Caixa, Governo Federal e Brasil estampados. Algumas usam faixa na cabeça e joelheiras. Nenhuma das atletas está com o óculos de proteção no momento da foto. No fundo, há um gol e uma parede branca com janelas e a inscrição "Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência - São Paulo". O ambiente é iluminado e o campo tem gramado sintético. Crédito: Renan Cacioli/ CBDV.

Brasil vai disputar Copa do Mundo de Futebol de Cegas pela 1ª vez

por Comunicação CBDV publicado 2025/07/17 11:51:07 GMT-3, Última modificação 2025-07-17T11:51:07-03:00
Participação histórica é fruto de projeto de fomento implementado pela CBDV nesta temporada

17/07/2025
São Paulo/SP


O Brasil terá uma Seleção de futebol de cegas para disputar, pela primeira vez, a Copa do Mundo feminina, cuja segunda edição será realizada em Kochi, na Índia, em outubro. A participação inédita da equipe é resultado direto de projeto implementado pela CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) neste ano para desenvolver a modalidade. Como as inscrições para a competição seguem abertas, ainda não há número de times nem tabela definidos pela organização do evento, que fica a cargo da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos).


"O desenvolvimento do futebol de cegas é um compromisso que assumimos com responsabilidade e entusiasmo, pois representa mais do que um avanço esportivo: é uma conquista social. Ver o Brasil garantir sua primeira participação na história da Copa do Mundo feminina, que será realizada na Índia em outubro, é a prova de que investir com planejamento dá resultados concretos, e abre caminhos para que mais mulheres com deficiência visual ocupem o espaço que é delas no esporte", diz o presidente da Confederação, Helder Maciel Araújo.


Na primeira edição do Mundial, realizada em 2023, em Birmingham, na Inglaterra, a Argentina se sagrou campeã. Àquela ocasião, a CBDV já havia realizado o 1º Festival de Futebol de Cegas, um ano antes, para iniciar a captação de atletas Brasil afora. Agora, em 2025, foram criados Campings de Treinamento. O segundo encontro, que vem acontecendo esta semana no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, reúne 16 atletas, sendo três goleiras e 13 jogadoras de linha.


O técnico David Xavier é quem tem a missão de formar o grupo com dez nomes que viajará até a Índia daqui a menos de três meses: "Para mim, está sendo um privilégio trabalhar com essas meninas. Eu amo o futebol de cegos e, agora, o futebol de cegas. A gente sabe que é uma equipe jovem, mas a expectativa é muito grande. Espero que a gente possa colocar em prática o que as meninas vêm treinando", falou o treinador, que tem no time mulheres de 17 a 39 anos.

 

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Grupo de pessoas em uma quadra de futebol. No centro da imagem, o técnico David, um homem de óculos, camiseta azul escura e bermuda preta está falando e gesticulando com uma das mãos levantadas. Ao redor dele, há várias mulheres usando coletes amarelos sobre uniformes azuis, ouvindo atentamente. À direita, uma mulher de cabelos longos, óculos e camiseta azul, a auxiliar Thalita Ribeiro, segura uma bola de futebol. O ambiente é fechado, com arquibancadas vazias ao fundo e cadeiras azuis. 


Entre as jogadoras, a expectativa pela estreia na Copa do Mundo já é grande. "É a realização de um sonho, que eu tive lá na adolescência, de jogar futebol", conta a goiana Eliane Gonçalves, de 39 anos, a mais experiente do time. "Eu procuro nem pensar muito nisso [a ida para a Copa] agora, porque é inacreditável o que está acontecendo. Ainda não sei se serei uma delas, mas estou treinando para isso", diz ela, que tem retinose pigmentar e perdeu a visão completamente há cerca de dois anos.


Polivalente, a ala Sarah Santana, de 22 anos, já tem na família um craque da modalidade: o irmão Samir é atleta da Seleção Brasileira de futebol de cegos, e um dos maiores incentivadores da irmã na nova empreitada. "O meu irmão é a pessoa que me deu forças para não desistir, porque antes o futebol não era uma coisa certa", explica a jogadora, que também disputa competições no atletismo e no goalball. "Eu nunca imaginei que estaria aqui numa Seleção de futebol e muito menos que tenho uma possibilidade de estar numa Copa do Mundo. É gratificante e dá um pouco de ansiedade", confessa a atleta paulista, que nasceu com glaucoma congênito e recentemente perdeu totalmente a visão do olho esquerdo.

 

Patrocínio

A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do futebol de cegos, goalball e judô paralímpico brasileiros.


COMUNICAÇÃO CBDV
Renan Cacioli
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Brenda Mendes
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