Menina de ouro: Alana Maldonado faz história no judô mais uma vez

Menina de ouro: Alana Maldonado faz história no judô mais uma vez

por Comunicação CBDV — publicado 2021/08/29 00:00:00 GMT-3, Última modificação 2021-08-29T00:00:00-03:00
Atleta se torna a primeira mulher do país campeã de uma Paralimpíada; Meg fica com o bronze em Tóquio

Por Comunicação CBDV
29/08/2021
São Paulo/SP

A paulista Alana Maldonado é a primeira judoca do Brasil a conquistar uma medalha de ouro em Jogos Paralímpicos. A atleta de 26 anos conseguiu o feito na madrugada deste domingo (29), no Nippon Budokan, em Tóquio, ao vencer todas as suas oponentes da categoria até 70 kg. Na decisão, ela derrotou Ina Kaldani, da Geórgia, por wazari.

"Ainda não caiu a ficha. A gente trabalhou muito para isso, foram cinco anos de muita coisa que passei para estar aqui e, hoje, posso dizer que tudo valeu a pena. Só tenho a agradecer a família, amigos, comissão técnica. Esse ouro não é só meu", disse.

Em 2018, ela já fizera história ao garantir um então inédito ouro feminino em Mundiais durante a edição disputada em Lisboa, em Portugal, o que a conduziu até a liderança do ranking no seu peso, posto que mantém até hoje.

Medalhista de prata na Rio 2016, Alana não tomou conhecimento das adversárias no Japão. Bastante concentrada, ela finalizou as duas primeiras lutas por ippon. A primeira a cair foi a italiana Matilde Lauria, que durou sete segundos no dojô. Na semifinal, a turca Raziye Ulucam deu um pouco mais de trabalho, mas também não resistiu. Por fim, a atleta da Geórgia mal conseguiu encaixar sua estratégia e, após o wazari sofrido, ficou completamente à mercê da tática da brasileira.

O que também ratifica o tamanho do feito de Alana é o fato de ela ser apenas a segunda judoca do país, seja homem ou mulher, a ganhar um ouro em Jogos. Até então, o único campeão havia sido Antônio Tenório, simplesmente o maior de todos os tempos, dono de quatro medalhas douradas.

"Agora, quero curtir muito com a minha família, com as pessoas que eu amo no Brasil e estão me esperando. Depois, vou tirar um período de descanso, mas ano que vem já tem Mundial e vou defender o meu título", completou.

#Acessibilidade: Alana está com a perna entre as pernas de Kaldani antes de derrubar a oponente. Foto: Mikihito Matsui/ CPB.

Estreante, Meg é bronze

Na sua estreia em Paralimpíadas, a paulista Meg Emmerich já disse a que veio. Ela garantiu a medalha de bronze ao derrotar Altantsetseg Nyamaa, da Mongólia, por ippon, na categoria acima de 70 kg.

A campanha bronzeada da atual campeã parapan-americana começou também por um ippon, sobre a japonesa Minako Tsuchiya, que a levou direto para a semi, quando parou naquela que, mais tarde, viria a ser a campeã: Dursadaf Karimova, do Uzbequistão. "Foi um momento difícil, ter de assimilar a derrota... Precisei me concentrar para poder voltar e disputar a medalha", explicou Meg, que nasceu com atrofia no nervo óptico. Ela iniciou na modalidade em 2002, aos 15 anos de idade, e já possui um bronze em Mundiais (também no de 2018, o mesmo que consagrou Alana).

#Acessibilidade: foto mostra o momento em que árbitro ergue o braço em direção a Meg, que está de frente para a japonesa Minako, indicando a vitória da brasileira. Foto: Matsui Mikihito/CPB.

Tenório chega perto do bronze

Aos 50 anos de idade e após uma recuperação dificílima da Covid, que chegou a comprometer mais de 80% de seus pulmões neste ano, Antônio Tenório lutou como a lenda que é e esteve a três segundos de conseguir a sétima medalha em sete participações. Na batalha pelo bronze da categoria até 100 kg contra o uzbeque Sharif Khalilov, ele vencia por wazari até perto do fim, quando levou o mesmo golpe do oponente, que empatou o combate. Na prorrogação, já exausto, o brasileiro acabou sofrendo o ippon no chamado Golden Score e ficou fora do pódio pela primeira vez desde Atlanta 1996.

"Paciência, foi falta de atenção. Agora é voltar para o Brasil e me preparar para o próximo ciclo. Paris 2024 me aguarda!", garantiu o dono de quatro ouros, uma prata e um bronze.

Quem também perdeu sua decisão pelo bronze foi o potiguar Arthur Silva, na categoria até 90 kg, derrotado pelo ucraniano Oleksandr Nazarenko por ippon. O quinto judoca do país que esteve em ação no último dia do judô em Tóquio foi o peso-pesado Wilians Araújo. Medalhista de prata na Rio 2016, ele perdeu logo na estreia, para o cubano Yordani Fernández Sastre, por ippon. Como o adversário não avançou no torneio, o brasileiro não teve a oportunidade de retornar à repescagem.

#Acessibilidade: à esquerda e de quimono branco, Tenório segura no quimono azul do norte-americano Ben Goodrich. Foto: Matsui Mikihito/CPB.


Comunicação CBDV

Renan Cacioli

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