#Tenorio50: legado garantido para as próximas gerações do judô

#Tenorio50: legado garantido para as próximas gerações do judô

por Comunicação CBDV — publicado 2020/10/23 00:00:00 GMT-3, Última modificação 2020-10-23T00:00:00-03:00
Copa Antônio Tenório é o principal celeiro de novos talentos da modalidade; Seleção já trabalha renovação

Por Comunicação CBDV
23/10/2020
São Paulo/SP

Após acompanhar ao longo da semana a trajetória que fez de Antônio Tenório o maior nome do judô paralímpico na história, é preciso pensar também no futuro. Afinal, assim como o sensei Fernando da Cruz enxergou lá, nos anos 80, potencial no garoto de 19 anos para ser um campeão, outros Tenórios surgirão para carregar o legado deixado pelo ídolo quando ele se aposentar.

Para isso, dois processos têm sido fundamentais: o incentivo a torneios de iniciantes e o processo de renovação conduzido pela atual comissão técnica da Seleção Brasileira.

Desde que passou a organizar o calendário de eventos, em 2011, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) promove uma competição aberta a novatos do tatame. A partir de 2017, ela recebeu o nome de Copa Antônio Tenório como forma de homenagear o ídolo máximo da modalidade.

"Essa competição é muito importante. Quando assumimos a gestão da CBDV, em 2017, abaixamos a idade mínima, que era de 14, para 10 anos, dando a essas crianças a oportunidade de participarem. É o torneio que traz novos atletas, revela grandes promessas. Nada mais justo do que batizá-lo de Copa Antônio Tenório, que é uma inspiração por tudo o que ele representa e já conquistou", explica Helder Maciel, secretário-geral da Confederação e ex-judoca com participação em duas Paralimpíadas (Atlanta 1996 e Sydney 2000).

#Acessibilidade: duas garotas se curvam de frente uma para outra no tradicional cumprimento do judô antes da luta pela Copa. Entre elas, o árbitro do combate observa. Ao fundo, arquibancada do CT Paralímpico Brasileiro.


"É de muita importância termos uma competição para jovens iniciantes no judô paralímpico, para diferenciação dos níveis e para que estes iniciantes conquistem suas primeiras medalhas", afirma Joannis Georgiou, professor de judô e técnico do Cesec (Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos), uma das instituições pioneiras no trabalho de atletas com deficiência visual.

A atleta Lara Amaral, de 11 anos, que ganhou o ouro na categoria até 40 kg na última edição, realizada em novembro do ano passado, aprova a experiência proporcionada pelo torneio. "O judô é importante porque todo mundo de qualquer idade pode praticar. Eu comecei com sete, oito anos. Na Copa Antônio Tenório, a gente tem um grande aprendizado, fica ansiosa pela viagem, aprende muita coisa, tem pessoas de outros países. Fiquei muito feliz em poder participar", conta a atleta do Ismac-MS (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos).

#Acessibilidade: árbitro orienta dois garotos para o início da luta, quando os posiciona para iniciarem já em contato com o quimono um do outro.

Frutos colhidos na Seleção

Ter uma competição com esse propósito no calendário acabou auxiliando no trabalho desenvolvido pela comissão técnica da Seleção, conforme explica o treinador Alexandre Garcia, que aproveita também a presença do veterano Tenório no grupo para auxiliar no processo de maturação dos mais jovens: "Desde que entramos na Seleção, o processo de renovação é constante e é muito importante termos atletas experientes para prepararmos os mais jovens".

Atleta da Aepa-PA (Associação Esportiva e Paradesportiva do Sul e Sudeste do Pará), Thiego Marques vem representando o Brasil nos últimos anos e foi revelado justamente no torneio de iniciantes da CBDV.

"Participar de um torneio como esse é de extrema importância, pois é o primeiro contato de um iniciante com uma competição de judô paralímpico e com o alto rendimento", diz o judoca de 20 anos, que estreou na competição em 2011. "É muito interessante terem colocado o nome do Tenório, porque normalmente em todo campeonato, ele vai estar. Será uma grande honra para esses atletas cruzarem com nomes como ele, com a Lúcia (Teixeira), a Karla (Cardoso). Tive essa oportunidade e foi essencial ver esses nomes ali lutando também por uma medalha no mesmo tatame em que eu estava competindo."

#Acessibilidade: Thiego Marques aplica o ippon em Justin Karn, do Canadá, no Parapan de Lima 2019. Foto: Alexandre Schneider/ CPB.


É bom valorizar também quem deu os primeiros passos para a descoberta de talentos. Ainda na esteira do ciclo para Pequim 2008, a comissão do sensei Jucinei Costa, então treinador da Seleção, realizou uma busca ativa em todo o país à procura de novos judocas: "Na Seleção, o Tenório era praticamente o único grande nome. Fizemos uma busca por atletas com deficiência que não estavam ligados apenas a associações de deficientes, que tinham um cunho mais assistencialista, mas já treinavam em clubes. Foi daí que vieram Karla, Eduardo (Amaral), Daniele (Bernardes)", diz Jucinei, citando algumas joias encontradas.

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Renan Cacioli

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